quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Jose de Ribera



  
José de Ribera
(Jusepe de Ribera)
(El Españoleto)

1591-1652


Pintor realista de observação concentrada e penetrante





José de Ribera nasceu em Játiva, pequena cidade nas colinas ao sul de Valência. Antes de completar os sete anos, morreu-lhe a mãe, e o pai voltou a casar. Ribera foi mandado para Valência com a finalidade de estudar latim e tornar-se humanista, mas em vez disso, veio a ser discípulo do pintor Francisco Ribalta, que lhe ensinou a sua exigente técnica naturalista.
Ainda em rapaz, deixou Espanha e foi para Itália, onde nunca mais regressou. Foi directamente para Roma, aonde chegou sem dinheiro, vivendo de pedaços de pão que lhe davam os outros estudantes. “Il Spagnoletto” (o garoto espanhol) andava propositadamente pelas ruas a fazer estudos de tudo o que via. Contava-se que um cardeal o viu a copiar um fresco da fachada de um palácio, teve pena dele e convidou-o para sua casa. Agradou à família do cardeal e pediram-lhe que ficasse. Contudo, Rivera achou que essa nova e confortável indolência estava a prejudicar a sua carreira e em breve voltou para as ruas.
Durante alguns anos entregou-se com devoção ao estudo de dois estilos completamente opostos: o classicismo dos irmãos Carracci e o chiaroscuro de Caravaggio. Também admirou as obras de Rafael e Miguel Ângelo. Depois, durante uma visita a Parma, fez tantas cópias das pinturas de Correggio que a influência daquelas suavizou temporariamente o seu estilo. Mas foi Caravaggio que influenciou definitivamente a arte de Ribera.
Aos vinte e cinco anos, foi para Nápoles, onde a influência de Caravaggio se mostrou a mais duradoura. Um pintor napolitano abastado, também negociante de quadros, reconheceu o seu brilhante talento e deu-lhe a filha em casamento, com a promessa de toda a sua fortuna. Quando Ribera aceitou, o sogro, orgulhoso, elogiou por toda a parte o seu talento, até que começaram a aparecer encomendas constantemente e ele conseguiu manter uma oficina com vários auxiliares.
Durante quase dois séculos, Nápoles estivera sob o domínio espanhol, e nesta época os vice-reis enviados de Espanha eram quase sempre distintos colecionadores de obras de arte. Quando o duque de Oluna, vice-rei de 1616 a 1620, viu o quadro S. Bartolomeu da autoria de Ribera, chamou a si o artista e contratou-o como pintor da corte, encarregando-o de várias obras. Os sucessores do duque fizeram o mesmo, acabando por ser-lhe concedido um apartamento no palácio, onde podia limitar o seu trabalho a seis horas por dia e receber amigos distintos durante todo o resto do tempo.
A fama de Ribera chegou aos círculos artísticos de Roma, onde em 1626 foi eleito para a Academia de S. Lucas e em 1648 foi admitido pelo papa na Ordem Militar de Cristo. Quando Velázquez, pintor da corte de Filipe IV de Espanha, veio visitar Ribera, em 1630, e de novo, passado dezanove anos, em 1649, levou com ele quadros para as colecções reais. Foi assim que Ribera introduziu em Espanha o estilo de Caravaggio.
Ribera, não só fez uso constante do método de Caravaggio do chiaroscuro para dar a impressão de relevo por meio de sombras, mas também adoptou nas suas pinturas o realismo de Caravaggio, os desenhos à pena ou a lápis e as gravuras a água-forte.
Os mártires de Ribera, os deuses da Antiguidade, os apóstolos, os místicos, os eremitas e as virgens são humanos, são até figuras camponesas, vigorosas e realistas.
Don Juan, o filho bastardo de Filipe IV, de dezanove anos, veio com a armada espanhola restabelecer a ordem em Nápoles, mandou fazer o seu retrato a Ribera. Frequentava a sua oficina e seduziu-lhe uma das filhas. A má conduta de Don Juan parece ter desgostado Ribera, contribuindo para o agravamento da doença que o apoquentava havia anos.
Ribera morreu em Nápoles a 5 de Setembro de 1652.

Archimedes, 1630
Óleo sobre tela, 125 x 81 cm
Museo do Prado, Madrid, Espanha

 Santo André, 1616
Óleo sobre tela, 97,50 x 77 cm

Santo Onofri
Óleo sobre tela
Hermitage, S. Petersburg, Russia

Clubfooted Boy, 1642
Óleo sobre tela, 92 x 164 cm
Museu do Louvre, Paris, França

 A Adoração dos Pastores, 1648
Óleo sobre tela, 239 x 181 cm
Museu do Louvre, Paris, França

O Casamento Místico de Santa Catarina, 1648
Óleo sobre tela, 209 x 154 cm
The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque

 L’Odorat
Óleo sobre tela, 115 x 88 cm
Colecção Abello, Madrid

 O Martírio de São Bartolomeu
Óleo sobre tela
The National Museum os Fine Arts, Estocolmo

Sainte Marie l’Égyptienne, 1641
Óleo sobre tela, 133 x 106 cm
Museu Fabre, Montpellier

 Saint Gennaro (detalhe)
Óleo sobre tela, 276 x 199 cm
Chapelle du Trésor de San Gennaro, Nápoles

Apollon et Marsyas, 1637
leo sobre tela, 182 x 232 cm
Museo Nazionale di San Martino, Napoles

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