Abel Manta
1888-1982
Abel Abrantes Manta, figura maior da pintura portuguesa contemporânea, nasceu em Gouveia, a 12 de Outubro de 1888, e faleceu em Lisboa, a 9 de Agosto de 1982.
Desde muito jovem que Manta evidenciou um talento natural para a pintura. Apoiado pela Condessa de Vinhó e Almedina, também ela artista e senhora muito culta, mudou-se para Lisboa em 1904, com o intuito de cursar na Escola de Belas-Artes, que frequentou com distinção, entre 1908 e 1915, tendo sido discípulo do naturalista Carlos Reis.
Em 1919, ávido de alargar horizontes, partiu para Paris, cidade que, na época, constituía o principal centro cultural europeu, e onde fervilhavam, os múltiplos movimentos vanguardistas. Ali permaneceu até 1925, aproveitando para visitar outros países.
Na capital francesa, expôs algumas das suas telas no Salon de la Societé Nationale, entre outros locais, e frequentou o curso de gravura da Casa Schulemberger.
Regressado a Portugal, tornou-se professor de Desenho na Escola de Artes Decorativas António Arroio e, posteriormente começou também a leccionar, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Casou em 1927 com a pintora Clementina Carneiro de Moura, relação da qual resultou um filho, o arquitecto, pintor, designer e cartoonista João Abel Manta.
No ano de 1929, Abel Manta colaborou na decoração do pavilhão português na Exposição de Sevilha, tendo continuado essa actividade entre 1931 e 1937, para as Exposições de Paris.
Em 1935, 1936, 1938 e 1941, expôs nos Salões de Arte Moderna do Secretariado de Propaganda Nacional, e em 1942, este último organismo, já com a designação de Secretariado Nacional da Informação, conceder-lhe-ia o Prémio Silva Porto.
Em 1945 participa na I Exposição Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas-Artes, e em 1949, viria a conquistar a 1.ª Medalha desta instituição.
Os anos 50 registaram a presença de Abel Manta em alguns certames de alto prestígio internacional, como a 25.ª Bienal de Veneza, na qual participou em 1950, a 3.ª Bienal de São Paulo em 1955, e a 1.ª Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian em 1957, onde conseguiu o 1.º Prémio de Pintura.
Em 1958, foi aposentado, por limite de idade, das funções docentes que até então desempenhava, tendo, a partir daí, dedicado a sua actividade exclusivamente à pintura e ao desenho.
Participou, no ano seguinte, na Exposição Internacional de Bruxelas.
O derradeiro período da sua vida, que abrange as décadas de 60 e 70 e os primeiros anos da de 80, foi a sua consagração enquanto figura maior do firmamento artístico nacional.
Em 1965, a Sociedade Nacional de Belas-Artes promoveu, em sua homenagem, uma exposição retrospectiva.
No pós-25 de Abril, em 1979, foi condecorado, pelo Presidente da República, general Ramalho Eanes, com a Comenda da Ordem de Santiago de Espada.
Após a sua morte, Gouveia, sua terra natal, prestou-lhe singelo preito, ao inaugurar em Fevereiro de 1985, o Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta, o qual ficou instalado no antigo Solar dos Condes de Vinhó e Almedina, e que alberga cerca de duas dezenas de obras de Manta.
Em termos estilísticos e pessoais, podemos definir Abel Manta como naturalmente cosmopolita, tendo durante alguns anos, desfrutado do ambiente cultural das grandes cidades europeias, não menosprezando contudo, a capital do seu país, Lisboa. Foi uma figura familiar do Chiado, discreto, mas irónico, e sempre recusou o protagonismo. A sua produção artística espraiou-se por múltiplos géneros, destacando-se a pintura, o desenho e o vitral.
Fonte: Trabalho do 12.º Ano
Ensino Secundário
Curso Científico-Humanístico de Ciências Sociais e Humanas
ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3.º CICLO DO ENSINOBÁSICO DE GOUVEIA
Vista de Gouveia 1925,
óleo sobre tela 31 x 40 cm
Museu Abel Manta Gouveia, Portugal
Jogo de Damas, 1927
óleo sobre tela 106 x 116 cm
Museu do Chiado Lisboa, Portugal
Auto-retrato com Cachimbo, 1928
óleo sobre tela 50 x 45 cm
Colecção Particular, Portugal
Rua de S. Bernardo, 1928
óleo sobre tela 43 x 39 cm
Colecção Particulat, Portugal
Natureza-Morta com Safio, 1931
óleo sobre tela 80 x 64 cm
Museu José Malhoa Caldas da Rainha, Portugal
Largo de Camões (Lisboa), 1964
óleo sobre tela 57 x 70 cm
Colecção Particular, Portugal
Primeiro Auto-Retrato, 1912
óleo sobre madeira, 20x17cm
Museu Municipal Abel Manta, Gouveia
Escultor João da Silva, 1919
O Violinista René Bohet, 1930
Maçãs ou retrato de Deolinda Júlio, 1925
Óleo sobre tela 108x75 cm
Museu Municipal Abel Manta, Gouveia (Portugal)
Folgosinho, 1925
Óleo sobre tela 56.8x70.3 cm
Museu Grão Vasco, Viseu (Portugal)
Roque Gameiro, 1935
Óleo sobre tela 99x79 cm
Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha (Portugal)
Barcos na Nazaré, 1935
Óleo sobre tela 58x72 cm
Colecção Particular, Lisboa (Portugal)
Nu, 1932
Óleo sobre tela 62x48 cm
Museu Municipal Abel Manta Gouveia (Portugal)
Aquilino Ribeiro, 1936
Óleo sobre tela 91x72 cm
Colecção Particular, Lisboa (Portugal)
Viseu, 1949
Óleo sobre tela 51x62 cm
Museu Municipal Abel Manta Gouveia (Portugal)
Silvinha, 1953
Óleo sobre tela 98x80 cm
Colecção Particular Lisboa (Portugal)
Rosas Amarelas, 1963
Óleo sobre tela, 40x32 cm
Museu Municipal Abel Manta Gouveia (Portugal)
O Último Auto-Retrato, 1975
Óleo sobre tela, 52x40 cm
Museu Municipal Abel Manta Gouveia (Portugal)
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