segunda-feira, 20 de setembro de 2010







Artemisia Gentileschi

1593-1652








Artemisia Gentileschi, nasceu em Roma filha do pintor Orazio Gentileschi, a sua educação inicial foi toda dedicada à pintura e, só em adulta aprendeu a ler e a escrever.  Começou por estudar com o seu pai, e foi assim que conheceu Caravaggio, cujo estilo chiaroscuro a impressionou tanto que foi atraída para o dramatismo e a expressividade do barroco.  Artemisia foi o seu próprio modelo para a sua primeira versão de Susana e os Velhos, pintada quando tinha apenas 17 anos.
Numa época em que a pintura era um mundo só para homens, Artemisia viu-se impossibilitada de entrar na Academia de arte, pelo que seu pai entregou-a aos cuidados de um amigo Agostino Tassi, para aperfeiçoar os seus estudos. Mas com 19 anos Artemisia foi violada pelo seu mestre. Seu pai apresentou queixa e seguiu-se um longo, humilhante e penoso julgamento de sete meses, durante o qual Artemisia foi acusada de ser promíscua, sujeita a um exame íntimo e depois torturada nos polegares enquanto testemunhava. Tassi só esteve preso um ano.
Possivelmente, para ultrapassar toda a humilhação, Artemisia casou, ainda nesse ano com o pintor Pietrantonio Stiattesi, e o casal mudou-se para Florença. Trabalharam os dois na Academia de Arte do Desenho, onde Artemisia foi o primeiro membro do sexo feminino a ser aceite como oficial, apoiada pelo seu cliente Cosimo II de Médicis.
Entre 1623 e 1638, Artemisia trabalha em Roma. Separa-se do marido e muda-se para Nápoles.
Em 1638 vai para Inglaterra cuidar de seu pai, que se encontrava doente e, é contratada pela corte inglesa de Carlos I.
Em 1642 sai de Inglaterra durante a guerra civil e regressa a Nápoles.
Morre em 1652 em Nápoles, esquecida de todos.

Artemisia Gentileschi foi aclamada como génio e também desacreditada porque possuía um talento criativo que se julgava que fosse exclusivamente masculino. Felizmente, isso não a impediu de produzir obras de importância decisiva.
Estudos recentes declararam que Artemisia não foi apenas «uma boa pintora» mas um dos principais pensadores visuais da sua era.
A vida de Artemisia foi em 1997 levada ao cinema por Agnès Merlet e interpretada por Valentina Cervi.
Susana e os Velhos
Uma das imagens menos violentas mas mais comoventes de Artemisia, Susana é representada como vítima de atenções indesejadas e não de um ponto de vista voyeurista.

Judith and her Maidservant, (1612-1613)
Oil on canvas, 114 x 93.5 cm
Galleria Palatina (Palazzo Pitti), Florence

Judith Beheading Holofernes (detail)1612-21
Oil on canvas, 199 x 162 cm
Galleria degli Uffizi, Florence
Ilustrando a decapitação do opressor assírio Holofernes pela heroína judia Judite, é uma expressão poderosa do torvelinho emocional da própria artista.
O realismo e o chiaroscuro dramático igualam sem dúvida Caravaggio ou Rubens.
Artemisia pintou cinco outras versões; era um tema que atraía particularmente os florentinos, muitas vezes ameaçados por Estados mais poderosos.
Para a artista, era uma afirmação da força das mulheres perante todas as adversidades.

Fonte: 100 Grandes Artistas (Círculo de Leitores)

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