A primeira escola de Fontainebleau
Enquanto os retratistas estavam em plena actividade em Paris e Lyon, e na própria corte, uma nova arte se desenvolvia em Fontainebleau. Num esforço para imitar os mecenas do Renascimento italiano, Francisco I tentou, durante muito tempo, fazer da corte francesa o centro artístico mais brilhante da Europa.
Convenceu Leonardo da Vinci e Andrea del Sarto a trabalharem para ele e comprou pinturas de Rafael e Tiziano. Por fim, descobriu uma importante figura artística, com ideias que se adaptavam à sua própria ambição, o pintor Rosso Fiorentino, que chegou a França cerca de 1530, morrendo dez anos depois. Dois outros italianos convidados por Hentique II, Primaticcio e Niccolò dell’Abbate, continuaram depois da morte de Rosso, a desenvolver os ideais maneiristas, pintando decorações magníficas no Castelo de Fontainebleau e noutras residências reais. Aos italianos juntaram-se pintores flamengos e franceses, tais como Antoine Caron, bem como escultores e artesãos de esmaltes e tapeçarias, sendo assim fundada uma escola completa, cuja influência se reflectiu em trabalhos de François Clouet e Jean Cousin e cujas ramificações se expandiram pela Europa. Assim, a primeira escola de Fontainebleau, embora de origem italiana, representa algo mais que uma simples variação no maneirismo toscano ou parmesão. O próprio gosto do rei e da sociedade que o rodeava emprestava cor ao seu mundo de poesia, estimulavam o seu frequente humanismo esotérico e justificavam o seu elegante erotismo. Nessa mesma altura, os artistas franceses e flamengos, seguindo as suas próprias tradições, moderavam a exuberância dos italianos e suavizavam a sua exagerada plasticidade, do que resultava por vezes uma certa aridez. Esta mistura de civilização e estilo incrementou o encanto pouco vulgar da escola de Fontainebleau. A sua lição sobre decoração harmoniosa permaneceu como princípio básico da arte decorativa francesa.
Rosso Fiorentino
Óleo sobre madeira, 375 x 196 cm
Francesco Primaticcio, 1563
A segunda escola de Fontainebleau
No fim do século XVI, foi estabelecida a segunda escola de Fontainebleau, durante o reinado de Henrique IV, com Tousssint Dubreuil, Ambroise Dubois e Martin Fréminet como figuras principais. Embora não tão brilhante como a primeira, continuou a exprimir as qualidades atractivas do maneirismo, a sua fantasia irreal e romântica. Mesmo em meados do século XVII, desenhadores como Bellange e Callot, pintores como Deruet e, numa certa medida, Claude Vignon, filiavam-se ainda no pensamento da escola maneirista.
Toussaint Dubreuil
Óleo sobre tela
Museu do Louvre
Mestre desconhecido da Escola de Fontainebleau, 1595
Fonte: As Belas Artes - Enciclopédia Ilustrada de Pintura, Desenho e Escultura (Grolier, Lda.) Edição 1979
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