Destaca-se pelo estudo apurado do movimento e fica conhecido como o pintor das bailarinas.
A origem e a formação de Edgar Degas jamais sugeriam que ele viesse a ser um revolucionário, que de uma forma tão compreensiva reformulou as nossas percepções visuais. Nasceu no seio de uma família da alta-burguesia. O seu pai, René Auguste de Gas, geria uma sucursal de um banco napolitano que pertencia à família.
Com onze anos, os pais matricularam-no num bom colégio, mas, somente quando se inscreveu no Lycee Louis Le Grand, começou a perseguir um sonho chamado «Arte». Com dezoito anos, numa sala da mansão dos seus pais, formou um atelier onde concebeu alguns dos melhores trabalhos do início da sua carreira. Não pintava muito na escola pois tinha bem assente a sua posição social e os pais relembravam-lhe constantemente que era um aristocrata. Cansado, saiu do liceu aos vinte anos de idade com outros planos em mente.
Com Louis Lamothe estudou desenho. Foi este artista quem lhe serviu de conselheiro durante os primeiros anos da sua carreira e que lhe fez florescer o gosto iminente por Dominique Ingres. Em Abril de 1855, Degas entra para a “École des Beaux-Arts”, em Paris, para os cursos de pintura e escultura..
Em Julho de 1856, visita familiares em Nápoles, e segue depois viagem para Roma. Em Itália tomou contato com as obras de Rafael Sanzio, Leonardo da Vinci, Michelângelo, Andrea Mantegna (chegou a fazer um quadro cujo título era «A cruxificação de Mantegna») entre outros artistas da Renascença.
Em 1859 regressa a Paris e trabalha num dos seus melhores trabalhos:
Retrato da família Bellelli. Quadro lhe roubou mais de dois meses, tendo esboços de todos os membros da família aristocrata italiana. Com esta pintura Degas descreveu extraordinariamente o carácter psicológico da baronesa, que contrasta visível e implacavelmente com o do barão. A baronesa confina-se a olhar enaltecidamente para uma janela que somente se sabe que ali está devido ao espelho, em pose burguesa. O barão, mais velho que a esposa, mira encarecidamente a sobrinha sentada. A par deste quadro, não se cansou de retratar os membros da sua família, incluindo o seu avô, Hilaire Germain de Gas, o patriarca da família De Gas.
Em 1860 passa algum tempo com os Valpinçon em Ménil-Hubert, na Normandia e interessa-se cada vez mais, pela pintura histórica.
Em 1872, Degas foi com seu irmão aos Estados Unidos visitar uns parentes em New Orleans, mas, embora ficasse fascinado por aquela vida, cheia de cor, achou-a difícil de assimilar e só pintou um pequeno quadro: A Bolsa do Algodão de seu tio em New Orleans e um retrato de sua prima, Madame René de Gas.
Em 1870 e 1873, visitou novamente a Itália, depois esteve várias vezes em Espanha e em 1889, visitou Marrocos.
Durante a década de 70, Degas começou a esboçar cafés-concerto e circos, registando a vida de Paris com uma completa imparcialidade. No Café de la Nouvelle-Athènes, que foi o cenário para o seu quadro O Absinto, de 1876, havia sempre uma mesa reservada para si e para os seus amigos.
Os contemporâneos de Degas não foram muito indulgentes em seu confronto, considerando-o como, no mínimo, um homem "extravagante" e "bizarro". Na verdade Degas não fazia nenhum esforço para conquistar a simpatia de estranhos e, menos ainda, dos críticos de Arte.
Desde jovem demonstrou ter um caráter difícil: era temperamental, irrequieto e inseguro. O seu olhar, como constatamos em seus auto-retratos juvenis, era triste e melancólico. A morte prematura de sua mãe, quando ele tinha apenas treze anos, assim como a severa educação familiar, contribuíram, certamente em modo não muito positivo, à formação de sua personalidade.
Pôr outro lado, ao que diz respeito ao seu caráter, até mesmo Degas admitia: "Era ou parecia duro com todos, pôr uma espécie de impulso à brutalidade que me vinha da incredulidade e mau humor. Me sentia tão inferior, tão frágil, tão incapaz, enquanto me parecia que os meus cálculos artísticos fossem tão precisos. Era mau humorado com todos e até comigo mesmo".
Degas era um solitário, mesmo se às vezes se queixava. Vivia quase todo o tempo fechado no seu estúdio, totalmente envolvido com o seu trabalho e com as suas experiências com as mais diferentes técnicas de pintura. As únicas diversões que se concedia era freqüentar o teatro e alguns amigos mais íntimos como: Manet, Moreau, Paul Valpinçon, Boldini, os Rouart e os Halevy.
A gradual perda da visão, pôr volta de seus sessenta anos, e os graves problemas econômicos, devidos a especulações financeiras erradas feitas pôr seu irmão Achille, tornaram-no ainda mais fechado e solitário.
Os seus últimos anos foram patéticos: passou muito de seu tempo vagando pelas ruas de Paris, famoso, mas indiferente à sua fama e quase alheio à Guerra Mundial que assolava o norte. Morreu em 27 de setembro de 1917.
Algumas das suas obras:
À espera
Classe de Dança
Corrida de Cavalos
Fontes:
http://www.ocaiw.com/http://www.wikipedia.org/
Livro “DEGAS” de Bernd Growe da TASCHEN
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