sábado, 25 de setembro de 2010

Sandro Botticelli





Sandro Botticelli
1444/45-1510

Artista que introduziu o movimento na pintura e quebrou velhas tradições.





Alessandro di Mariano Filipepi, conhecido por Sandro Botticelli nasceu em Florença em 1444 ou 1445, e em 1470 era já pintor activo. A formação do seu estilo é bastante obscura. Como se sabe que esteve em estreito contacto com Filippino Lippi, cerca de 1472, é provavelmente correcta a tradicional convicção de ter sido discípulo do pai deste, Fra Filippo Lippi. Existe, por exemplo, um grupo de pinturas, A Adoração dos Reis Magos, que tanto pode ter sido feito por Botticelli, como por Filippino, não estando ainda esclarecido quem foi o seu autor.
A Adoração dos Reis Magos
Em 1470, Botticelli recebeu uma encomenda para fazer a figura alegórica da Coragem, agora nos Uffizi, obra que já apresenta traços do seu inconfundível estilo.
Coragem, 1470
Nos anos seguintes parece ter sofrido a influência das investigações anatómicas de Antonio Pollaiuolo. Os contornos precisos e as formas nitidamente definidas de Pollaiuolo estão em verdadeiro contraste com o estilo suave e delicado de Fra Filippo Lippi.
Cerca de 1475, Botticelli começou a aperfeiçoar o seu estilo próprio, no qual o movimento se exprime pelo traço e a linha é muito mais importante que o volume.
Durante a sua vida, Botticelli esteve ligado a três filosofias fundamentais. O cristianismo convencional, o ideais humanistas de Lorenzo de Médicis e o fanatismo de Girolamo Savonarola.
As suas primeiras obras são madonas ao estilo do cristianismo convencional. Contudo, a relação de Botteceli com estes ideais estabelecidos, sofreu um ajustamento radical quando conquistou a protecção do governante florentino Lorenzo de Médicis.
De Médicis advogava o humanismo através dos neoplatónicos, o grupo de eruditos que reunia à sua volta. O seu objectivo era harmonizar a filosofia clássica com o cristianismo, para chegar a uma visão inteiramente nova do universo; uma visão em que o paganismo fosse respeitado e a alegoria ensinasse as lições da vida.
Foi possivelmente cerca de 1478 que Botticelli pintou A Alegoria da Primavera, e em 1486 O Nascimento de Vénus. Estes dois quadros famosos têm sido relacionados com a família Médicis e os seus interesses humanistas. Ambos têm interpretações alegóricas extremamente complexas, com implicações cristãs, a despeito dos assuntos serem pagãos. Isto está de acordo com as ideias de Lourenço, o Magnífico, e da corte dos Médicis, embora não devam tratar-se de encomendas suas.
A Alegoria da Primavera
O Nascimento de Vénus

Em 1481 ou 1482, Botticelli foi um dos maiores artistas florentinos contratados para pintarem os frescos da Capela Sistina, no Vaticano. Estes foram dos menos felizes dos seus trabalhos, porque incluíram demasiadas personagens, e o seu género de colorido não era adequado aos frescos de grandes dimensões.
Na década de 1480, o seu estilo tornou-se mais confuso, e, após 1490, tudo mudou mais uma vez, no seguimento da morte de Lorenzo.
Girolamo Savonarola, o fanático vigário-geral dos dominicanos, chegou para recuperar Florença para Cristo. Savonarola instituiu as ignominiosas «Fogueiras das Vaidades» e Botticelli, agora um dos seus seguidores, obediente lançou vários dos seus próprios desenhos e pinturas às chamas. As restantes pinturas da sua carreira são visivelmente de tom mais sóbrio.
 Durante os últimos dez anos da sua vida, era evidente que Botticelli estava ultrapassado e afastado das ideias de Leonardo, Miguel Ângelo, Rafael e seus continuadores. É provável que os seus quadros intensamente melancólicos, como a Pietá que se encontra em Munique, tivessem sido pintados durante estes anos.
Sandro Botticelli, morreu em Florença em 1510.
Madona da Romã
A Natividade Mística

A Morte de Holofernes
Judite


Fonte: Enciclopédia das Belas Artes (Grolier, Lda.) 7ª. Edição 1979

2 comentários:

  1. Muito obrigada pela imagem do nascimento de Vênus

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  2. Texto maravilhoso, parece muito com o do livro: "Clássico anticlássico, o renascimento de Brunelleschi a Bruegel", de Giulio Carlo Argan. Recomendo o livro, a linguagem um pouco complicada mas o conteúdo é maravilhoso.

    Obrigada pelas informações e imagens.

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